terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vacinas Comestíveis

No início da década de 90, Charles Arntzen, do Texas A&M University, imaginou uma forma de combater a falta de acesso às vacinas mais importantes como contra a difteria, tuberculose, tétano e poliomielite, de uma maneira muito barata e eficaz. Observou, durante uma visita a Bangkok, uma mãe tentando introduzir um pedaço de banana no seu filho já falecido. Pensou que a solução fosse talvez preparar alimentos geneticamente modificados, capazes de produzir vacinas. Bananas, batatas ou tomates que, ao serem consumidos, estariam provindo o organismo com as inoculações necessárias.

As vantagens seriam enormes: as plantas poderiam crescer no local onde fossem necessárias, sem muitos custos. Os problemas logísticos, económicos e políticos, comummente relacionados à distribuição normal de vacinas, também seriam minimizados. E, ainda, estas vacinas não requeriam seringas que, além de serem caras e causarem medos, podem ser contaminadas. Não necessitam de ser refrigeradas, pois o alimento protege as proteínas da degradação. E, dentro das células vegetais, as vacinas encontram-se protegidas do suco gástrico, sendo libertadas gradualmente já no intestino delgado.

Após 10 anos de estudos e testes, os resultados são promissores, as vacinas comestíveis podem funcionar. Entretanto, há ainda um pouco receio dentro da comunidade científica: existe especulação de que estas vacinas poderiam suprimir a auto-imunidade - fazendo com que as defesas do corpo ataquem, por engano, células sadias. Doenças como a diabetes tipo I e outras são associadas com desordens na auto-imunidade.

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