sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Prémio Nobel Alternativo 2010

2010/05/31 - Humberto Ríos Labrada, agrónomo cubano, é um dos seis vencedores em 2010 do Goldman Environmental Prize, vulgarmente conhecido como o Prémio Nobel Alternativo. Este cientista especializado em biodiversidade agrícola desenvolve há mais de uma década um trabalho de fundo em parceria com agricultores em numerosas comunidades cubanas - o que começou com 25 pessoas em três pequenas regiões agora abrange mais de 50 000 agricultores em todo o país e cerca de uma centena de investigadores.
O segredo? Uma abordagem participativa à biodiversidade agrícola, em que os lavradores trocam conhecimentos e sementes num contexto de controlo local dos factores de produção. O resultado? Em comunidades que antes produziam apenas algumas variedades de poucas espécies, produzem-se agora dezenas de variedades diferentes de múltiplas espécies. Não se usam pesticidas nem fertilizantes sintéticos e a mais valia nutricional aumentou substancialmente. Estes métodos, inicialmente ridicularizados, são agora ensinados nas universidades cubanas e fomentados oficialmente.
E quanto à utilização de transgénicos? Segundo Humberto Labrada, "Usar sementes transgénicas é um passo atrás, porque implica uma dependência de alguém exterior para produzir comida [...]". Ou seja, a diversificação na agricultura pode alimentar quem precisa, os transgénicos é que nem por isso.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O estado da comida Orgânica no Mundo.

O nosso corpo quer carne, gordura, sal e açúcar. O nosso corpo aguentará com frutas e vegetais se tiver que ser, mas apenas depois de toda a carne, gordura, sal e açúcar.
James McWilliams, um professor de história ambiental na Universidade do Texas diz “ Nós encorajamos as pessoas a comer sensatamente e virtuosamente (…)”
O ideal é comer orgânicos, trocar alimentos processados por alimentos frescos, e o supermercado por mercados tradicionais. A comida orgânica actualmente representa apenas 3% do mercado total dos EUA e entre 1% e 7% nos países Europeus. Japão é tradicionalmente o país com o maior mercado orgânico na Ásia, mas na China, Tailândia, Singapura, Malásia e Índia estão a crescer à medida que os consumidores se tornam mais afluentes. Em Beijing, recentemente, deu lugar ao primeiro mercado orgânico de agricultores, enquanto na Índia, o mercado de comida orgânica certificada subiu 200% nos últimos dois anos. No entanto, a importância em escolher comida orgânica é menos relevante no Mundo em desenvolvimento.
Comida orgânica como fruta, vegetais, carne e leite geralmente custam mais do que a sua produção. Um estudo realizado em 2009 no “American Journal of Clinical Nutrition” originou uma tempestade no mundo da comida. Não foi constatada diferença entre o produto orgânico e convencional no que diz respeito a todos, mas três das vitaminas e outros componentes alimentares estudados, cujos produtos convencionais conseguem produzir, pelo menos uma dessas três vitaminas, ultrapassando os produtos orgânicos.



Fonte: "Time - The Real cost of Organic Food" September 6, 2010. 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Hipermercados: Quem usa o quê?

A Plataforma Transgénicos Fora realizou no início de 2007 um inquérito a todas as cadeias de hipermercados, com os resultados apresentados abaixo. A lista verde apresenta as grandes superfícies que, de acordo com os dados por elas fornecidos, não empregam quaisquer ingredientes transgénicos nos seus alimentos de marca própria. A lista negra apresenta as que usam ingredientes transgénicos ou que não responderam ao nosso inquérito. Esta informação será actualizada na medida da informação disponível. Os produtos biológicos são sempre produzidos sem transgénicos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Artigo da GreenPeace sobre OGM

Enquanto as descobertas científicas na área da Biologia Molecular têm um grande potencial no aumento do nosso conhecimento da natureza e no fornecimento de novos métodos medicinais, não deve ser usado como desculpa para tornar o ambiente numa enorme experiência genética com interesses comerciais. A biodiversidade e a integridade ambiental são demasiado importantes para a nossa sobrevivência para ser posta em risco.

Mas o que há de errado com Engenharia Genética?

A engenharia genética permite aos cientistas criar plantas, animais e microrganismos manipulando o seu conteúdo genético dum modo que não ocorreria naturalmente.
Estes organismos geneticamente modificados (OGM) podem espalhar-se pela biosfera e interagir com organismos naturais, contaminando ecossistemas naturais duma maneira imprevisível e incontrolável. […]
Devido a interesses comerciais e económicos, é negado ao público o direito de saber acerca de “ingredientes” modificados geneticamente na cadeia alimentar, e por isso perde o direito de evita-los, apesar de haver leis contra este tipo de “ingredientes” em certos países
A biodiversidade deve ser protegida e respeitada como uma herança global da humanidade e como uma das fontes essenciais de sobrevivência. Governos tentam abordar a ameaça da Engenharia genética com regulamentos internacionais como o Protocolo de Biossegurança

Nós acreditamos:
OGM não devem de ser libertados para o meio ambiente até porque não existe um conhecimento adequado do seu impacte na saúde humana e meio ambiente.
Nós apoiamos medidas como a etiquetagem de produtos provenientes da Engenharia Genética e da troca das plantações de sementes geneticamente modificadas por sementes tradicionais.
Opomo-nos a patentes nos animais, nas plantas e nos humanos, assim como nos genes. A vida não é uma comodidade industrial. Quando forçamos as formas de vida e as reservas globais de comida para o conformismo dos modelos económicos humanos em vez de ocorrerem naturalmente, fazemo-lo por nossa própria conta e risco


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Transgénicos, Bons ou Maus?

A fome e a subnutrição afectam presentemente mais de 800 milhões de pessoas no mundo. Com o aumento da população mundial nos próximos anos, há o medo de que as carências alimentares possam ainda vir a ser maiores. Nas áreas mais densamente povoada, as pessoas dependem muitíssimo das colheitas de alimentos básicos – como o arroz – cujas reservas estão a decrescer. Muitos preocupam-se com o facto de as técnicas actuais de cultivo não serem capazes de produzir quantidades de arroz suficientes para apoiar a população crescente. Tal como muitos dos desafios ambientais, a ameaça de fome não está distribuída de forma igual. (…) É nos países mais pobres, onde as projecções de crescimento populacional são maiores, que é provável que a escassez de cereal se torne um problema crónico.
Algumas pessoas acreditam que a chave para evitar uma crise alimentar potencial pode residir nos avanços recentes da ciência e da biotecnologia. Através da manipulação da composição genética de produções básicas, como o arroz, é possível aumentar a velocidade de fotossíntese e produzir colheitas maiores. Chama-se a este processo modificação genética; as plantas produzidas desta maneira são designadas como organismos geneticamente modificados (OGM). (…) Os produtos alimentares feitos de organismos geneticamente modificados, ou que contêm traços de OGM, são conhecidos como alimentos geneticamente modificados (…)
Há cientistas que são da opinião que a estirpe geneticamente modificada de “superarroz” poderia aumentar a produção em 35 por cento. Outra estirpe, o chamado “arroz dourado” – que contém quantidades adicionais de vitamina A -, poderia reduzir as deficiências de vitamina A em mais de 120 milhões de crianças em todo o Mundo. Poderia pensar-se que estes avanços na biotecnologia seriam recebidos entusiasticamente por todos, mas, de facto, a modificação genética tornou-se um dos temas mais controversos do nosso tempo. Para muitas pessoas, torna bem nítida a linha ténue que separa os benefícios da tecnologia e das inovações científicas, por um lado, e os riscos de destruição ambiental, por outro. (…)
Apesar de a modificação genética poder ter enormes benefícios potenciais, os riscos envolvidos são imprevisíveis e é difícil calculá-los. Uma vez libertos no ambiente, os OGM podem desencadear uma torrente de efeitos destrutivos que serão difíceis de monitorizar e controlar. Face a este dilema, muitos ambientalistas defendem o princípio da precaução. Este princípio propõe que, nos casos em que existem dúvidas suficientes sobre os possíveis riscos de novos avanços, é preferível aterem-se às práticas existentes do que modificá-las.

Bibliografia: Pombo, António Pedro, entre outros, Sociologia em Acção, Sociologia, 12º ano, Porto Editora, Porto, 2010, Portugal.