sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Proposta de Rotulagem dos Alimentos



Em 7 de Julho de 2010 os eurodeputados da União tiveram a oportunidade de mostrar o que pensavam sobre o direito dos consumidores à rotulagem de alimentos provenientes de animais alimentados com rações transgénicas. Considerando que quase todos os transgénicos em circulação se destinam a aviários, suiniculturas e pecuárias, torna-se crucial conhecer quais ovos, leite, carne (e peixe, para aquaculturas) e seus derivados provêm desse tipo de cadeia alimentar. No que toca aos nossos eurodeputados, o resultado foi lamentável: se a votação tivesse sido só com portugueses, a proposta de rotulagem era liminarmente chumbada. Embora o Bloco de Esquerda e o PCP tenham votado unanimemente a favor da rotulagem, no PSD e no PP todos votaram contra. O PS dividiu-se: Vital Moreira absteve-se, Capoulas Santos e Correia de Campos votaram contra, e só os restantes quatro votaram a favor. Se sentir que há alguns eurodeputados a precisar de ouvir de que lado estão os interesses do consumidor, pode consultar os seus emails aqui. No final a proposta não passou: era necessária maioria absoluta (369 deputados a favor) e houve apenas maioria simples (351 a favor e 296 contra). Se todos os deputados portugueses tivessem votado a favor, teríamos ficado a apenas 6 votos de atingir a maioria absoluta.

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Prémio Nobel Alternativo 2010

2010/05/31 - Humberto Ríos Labrada, agrónomo cubano, é um dos seis vencedores em 2010 do Goldman Environmental Prize, vulgarmente conhecido como o Prémio Nobel Alternativo. Este cientista especializado em biodiversidade agrícola desenvolve há mais de uma década um trabalho de fundo em parceria com agricultores em numerosas comunidades cubanas - o que começou com 25 pessoas em três pequenas regiões agora abrange mais de 50 000 agricultores em todo o país e cerca de uma centena de investigadores.
O segredo? Uma abordagem participativa à biodiversidade agrícola, em que os lavradores trocam conhecimentos e sementes num contexto de controlo local dos factores de produção. O resultado? Em comunidades que antes produziam apenas algumas variedades de poucas espécies, produzem-se agora dezenas de variedades diferentes de múltiplas espécies. Não se usam pesticidas nem fertilizantes sintéticos e a mais valia nutricional aumentou substancialmente. Estes métodos, inicialmente ridicularizados, são agora ensinados nas universidades cubanas e fomentados oficialmente.
E quanto à utilização de transgénicos? Segundo Humberto Labrada, "Usar sementes transgénicas é um passo atrás, porque implica uma dependência de alguém exterior para produzir comida [...]". Ou seja, a diversificação na agricultura pode alimentar quem precisa, os transgénicos é que nem por isso.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O estado da comida Orgânica no Mundo.

O nosso corpo quer carne, gordura, sal e açúcar. O nosso corpo aguentará com frutas e vegetais se tiver que ser, mas apenas depois de toda a carne, gordura, sal e açúcar.
James McWilliams, um professor de história ambiental na Universidade do Texas diz “ Nós encorajamos as pessoas a comer sensatamente e virtuosamente (…)”
O ideal é comer orgânicos, trocar alimentos processados por alimentos frescos, e o supermercado por mercados tradicionais. A comida orgânica actualmente representa apenas 3% do mercado total dos EUA e entre 1% e 7% nos países Europeus. Japão é tradicionalmente o país com o maior mercado orgânico na Ásia, mas na China, Tailândia, Singapura, Malásia e Índia estão a crescer à medida que os consumidores se tornam mais afluentes. Em Beijing, recentemente, deu lugar ao primeiro mercado orgânico de agricultores, enquanto na Índia, o mercado de comida orgânica certificada subiu 200% nos últimos dois anos. No entanto, a importância em escolher comida orgânica é menos relevante no Mundo em desenvolvimento.
Comida orgânica como fruta, vegetais, carne e leite geralmente custam mais do que a sua produção. Um estudo realizado em 2009 no “American Journal of Clinical Nutrition” originou uma tempestade no mundo da comida. Não foi constatada diferença entre o produto orgânico e convencional no que diz respeito a todos, mas três das vitaminas e outros componentes alimentares estudados, cujos produtos convencionais conseguem produzir, pelo menos uma dessas três vitaminas, ultrapassando os produtos orgânicos.



Fonte: "Time - The Real cost of Organic Food" September 6, 2010. 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Hipermercados: Quem usa o quê?

A Plataforma Transgénicos Fora realizou no início de 2007 um inquérito a todas as cadeias de hipermercados, com os resultados apresentados abaixo. A lista verde apresenta as grandes superfícies que, de acordo com os dados por elas fornecidos, não empregam quaisquer ingredientes transgénicos nos seus alimentos de marca própria. A lista negra apresenta as que usam ingredientes transgénicos ou que não responderam ao nosso inquérito. Esta informação será actualizada na medida da informação disponível. Os produtos biológicos são sempre produzidos sem transgénicos.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Artigo da GreenPeace sobre OGM

Enquanto as descobertas científicas na área da Biologia Molecular têm um grande potencial no aumento do nosso conhecimento da natureza e no fornecimento de novos métodos medicinais, não deve ser usado como desculpa para tornar o ambiente numa enorme experiência genética com interesses comerciais. A biodiversidade e a integridade ambiental são demasiado importantes para a nossa sobrevivência para ser posta em risco.

Mas o que há de errado com Engenharia Genética?

A engenharia genética permite aos cientistas criar plantas, animais e microrganismos manipulando o seu conteúdo genético dum modo que não ocorreria naturalmente.
Estes organismos geneticamente modificados (OGM) podem espalhar-se pela biosfera e interagir com organismos naturais, contaminando ecossistemas naturais duma maneira imprevisível e incontrolável. […]
Devido a interesses comerciais e económicos, é negado ao público o direito de saber acerca de “ingredientes” modificados geneticamente na cadeia alimentar, e por isso perde o direito de evita-los, apesar de haver leis contra este tipo de “ingredientes” em certos países
A biodiversidade deve ser protegida e respeitada como uma herança global da humanidade e como uma das fontes essenciais de sobrevivência. Governos tentam abordar a ameaça da Engenharia genética com regulamentos internacionais como o Protocolo de Biossegurança

Nós acreditamos:
OGM não devem de ser libertados para o meio ambiente até porque não existe um conhecimento adequado do seu impacte na saúde humana e meio ambiente.
Nós apoiamos medidas como a etiquetagem de produtos provenientes da Engenharia Genética e da troca das plantações de sementes geneticamente modificadas por sementes tradicionais.
Opomo-nos a patentes nos animais, nas plantas e nos humanos, assim como nos genes. A vida não é uma comodidade industrial. Quando forçamos as formas de vida e as reservas globais de comida para o conformismo dos modelos económicos humanos em vez de ocorrerem naturalmente, fazemo-lo por nossa própria conta e risco


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Transgénicos, Bons ou Maus?

A fome e a subnutrição afectam presentemente mais de 800 milhões de pessoas no mundo. Com o aumento da população mundial nos próximos anos, há o medo de que as carências alimentares possam ainda vir a ser maiores. Nas áreas mais densamente povoada, as pessoas dependem muitíssimo das colheitas de alimentos básicos – como o arroz – cujas reservas estão a decrescer. Muitos preocupam-se com o facto de as técnicas actuais de cultivo não serem capazes de produzir quantidades de arroz suficientes para apoiar a população crescente. Tal como muitos dos desafios ambientais, a ameaça de fome não está distribuída de forma igual. (…) É nos países mais pobres, onde as projecções de crescimento populacional são maiores, que é provável que a escassez de cereal se torne um problema crónico.
Algumas pessoas acreditam que a chave para evitar uma crise alimentar potencial pode residir nos avanços recentes da ciência e da biotecnologia. Através da manipulação da composição genética de produções básicas, como o arroz, é possível aumentar a velocidade de fotossíntese e produzir colheitas maiores. Chama-se a este processo modificação genética; as plantas produzidas desta maneira são designadas como organismos geneticamente modificados (OGM). (…) Os produtos alimentares feitos de organismos geneticamente modificados, ou que contêm traços de OGM, são conhecidos como alimentos geneticamente modificados (…)
Há cientistas que são da opinião que a estirpe geneticamente modificada de “superarroz” poderia aumentar a produção em 35 por cento. Outra estirpe, o chamado “arroz dourado” – que contém quantidades adicionais de vitamina A -, poderia reduzir as deficiências de vitamina A em mais de 120 milhões de crianças em todo o Mundo. Poderia pensar-se que estes avanços na biotecnologia seriam recebidos entusiasticamente por todos, mas, de facto, a modificação genética tornou-se um dos temas mais controversos do nosso tempo. Para muitas pessoas, torna bem nítida a linha ténue que separa os benefícios da tecnologia e das inovações científicas, por um lado, e os riscos de destruição ambiental, por outro. (…)
Apesar de a modificação genética poder ter enormes benefícios potenciais, os riscos envolvidos são imprevisíveis e é difícil calculá-los. Uma vez libertos no ambiente, os OGM podem desencadear uma torrente de efeitos destrutivos que serão difíceis de monitorizar e controlar. Face a este dilema, muitos ambientalistas defendem o princípio da precaução. Este princípio propõe que, nos casos em que existem dúvidas suficientes sobre os possíveis riscos de novos avanços, é preferível aterem-se às práticas existentes do que modificá-las.

Bibliografia: Pombo, António Pedro, entre outros, Sociologia em Acção, Sociologia, 12º ano, Porto Editora, Porto, 2010, Portugal.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Reportagem Ambiental in "Quercus Ambiente"

Os OGM resultam da mistura de espécies que nunca se poderiam cruzar na Natureza através da Engenharia Genética, pelo que é um processo artificial não apenas porque é realizado em laboratório, mas porque muitos dos OGM só são possíveis em laboratorio, bem diferente do que ocorreu em milhares de milhões de anos de evolução


O cultivo de transgénicos para a alimentação começou em 1994 nos EUA (...) A principal característica das plantas transgénicas é a da resistência a herbicidas, uma outra característica é a capacidade de produzir um insecticida transformando-se a planta numa planta pesticida. (...) Tem sido alegado que não existe evidência científica de que os OGM ou transgénicos são prejudiciais, para tentar tranquilizar os consumidores. Mas serão seguros?  Se perguntarmos às empresas a resposta é que não há problema, mas se perguntarmos aos cientistas independentes a resposta já será de que há demonstração de impacto na saúde! (...) É apropriado exigir evidências científicas de que são seguros para além da dúvida humana, e que são técnicas não comparáveis ao melhoramento genético convencional que o Homem tem realizado no processo de domesticação das plantas alimentares (e animais).

Para transferir ADN utilizam-se diversos vectores, que servem de veículo transmissor burlando os mecanismos celulares que normalmente impediriam a incorporação ou entrada de uma informação genética estranha. Os vectores mais utilizados são plasmídeos de bactérias (pequenas moléculas de ADN presentes em muitas bactérias para troca de informação genética devido à sua grande facilidade para migrar e recombinar); Vírus mutilados (em que se eliminou informação genética potencialmente prejudicial), que têm uma grande capacidade invasora e podem incorporar a sua própria informação genética no ADN do organismo receptor ou hospedeiro. Gene estranho que interessa transferir é inserido no vector e infecta-se o cultivo de células. (...)

Gene desejado a transferir + Gene vector + Gene promotor + Gene marcador = Informação ou sequência genética a inserir

(...) Potenciais riscos dos Transgénicos

    • Toxicidade 
    • Perda de qualidade nutritivas
    • Alergias
    • Resistência a Antibióticos
    • Novas doenças
    • Aumento dos efeitos tóxicos
    • Efeitos cumulativos
 (...)

Fonte: Jornal " Quercus Ambiente" Maio/Junho 2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Artigo da Ordem dos Biólogos: Biologia & Sociedade

"Embora a percepção pública para com os produtos derivados de OGM's com aplicação alimentar seja por vezes negativa, os produtos derivados de OGM's com aplicação clínica não são contestados. Ainda que esses produtos sejam injectados directamente no corpo do paciente, ao contrário, dos alimentos que são processados pelo sistema digestivo sendo a maior parte das moléculas absorvidas pelas células apenas fragmentos das biomoléculas originais.
A insulina recombinante, para o controlo da glucose no sangue na diabetes, e a eritropoentina recombinante, para aumentar o número de glóbulos vermelhos em terapias do cancro, e os anticorpos monocolonais e fragmentos de anticorpos, maior parte usados em terapias anti-cancerígenas, são três tipos de biofarmacêuticos derivados de OGM's que representaram em 2008, 40 mil milhões de euros, o que é cerca de 25% do PIB (Produto Interno Bruto) de Portugal. No caso das PGM's o argumento financeiro também é interessante pois em 2009, o seu mercado mundial foi cerca de 8 mil milhões de euros (Nat. Biotechnol, 28,306,2010)"

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Sabiam que..?



  • O primeiro organismo geneticamente modificado (OGM) ou transgénico criado foi a bactéria Escherichia coli, que sofreu adição de genes humanos para a produção de insulina na década de 1980.
  • Em 1981 alguns cientistas produziram, na Universidade de Ohio, o primeiro animal transgénico, transferindo genes de outros animais para um rato.
  • Em 1983 foi obtida a primeira planta transgénica: uma planta de tabaco resistente a um tipo de antibiótico.
  • A primeira vacina geneticamente modificada criada foi contra a hepatite B, em 1984.
  • As plantas genticamente modificadas resistentes a insectos, vírus e bactérias foram testadas em campo pela primeira vez em 1985.
  • Em 1987, no Reino Unido, foram adicionados genes em plantas de batata para que estas produzissem mais proteínas e aumentassem o seu valor nutricional.
  • Em 1990 foi criada a primeira vaca transgénica para produzir leite com proteínas do leite humano para crianças.
  • Os maiores produtores mundiais de organismos geneticamente modificados são, por ordem, Estados Unidos, Argentina, Canadá e China.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Sociedade Transgénica

Bem vindos ao nosso blog (:

Criámos este blog para mostrar á comunidade o que vamos realizar ao longo do nosso trabalho em Área de Projecto.




Os OGM (Organismos Geneticamente Modificados) desempenham um papel muito importante na nossa sociedade, e neste blog iremos abordar não só as vantagens e desvantagens mas também o impacte dos transgénicos na nossa sociedade ao nivel da saude, da economia, da educação entre outras.

Iremos actualizar este blog semanalmente com mais informações acerca deste tema contorverso!